5/04/2010

Jerez de la Frontera 2010

Foi uma refrescante brisa de ar na calmaria do deserto. Escrevia no post anterior sobre viajar de mapa. Pois este fim de semana aconteceu, não para o desconhecido, mas para Jerez de la Frontera, catedral do Motociclismo Espanhol. Sendo a minha segunda viagem a Jerez e pelo que vi, depreendo que cada vez mais a viagem vale por isso mesmo. Quem lá vai com a expectativa de ver acção em duas rodas, pode ficar por casa, pois a acompanhar a tendência de Faro, as autoridades estão cada vez menos benevolentes com acrobacias e excessos nas ruas, quer em Cadiz, quer no porto de Santa Maria. Já a viagem continua a merecer toda a magia das palavras que quem conta histórias antigas. Não me canso de repetir sobre a minha preferência por Espanha para andar de mota e as curvas de Aracena são realmente qualquer coisa de encher as medidas a quem, como eu, vibra aos comandos da mota. Motard que é Motard roda acompanhado e de facto sem companhia não é a mesma coisa. Desde já um forte abraço aos companheiros de estrada que fizeram acontecer, Luís(cbr 900), Miguel (fjr 1300), Bruno Ramos (hornet 600) e Mad/Ana (gsrx 1000). Cada um com o seu (bom) humor deu de si o melhor para um excelente fim de semana de convívio. Ficámos instalados num Hostel em Barrio Nuevo, perto de Chiclana a cerca de 30 km da confusão. Um sítio onde fomos reencontrar pessoal de à 2 anos e rapidamente se retomaram conversas antigas e se reestabeleceram laços de amizade. Descobrimos os “chupitos”, muito populares entre as camadas jovens e rendemo-nos ao sabor do vodka caramelo para adocicar as conversas noite dentro. Só para terem ideia, éramos cerca de 18 pessoas, em 3 grupos de 6 cada. No sábado almoçámos com o grupo de Lisboa, e domingo viajámos com o grupo das Caldas. Grupos bem distintos, mas ambos com fair play e boa disposição. Chamo fair play, pois nem toda a gente tem o mesmo andamento e é bonito ver como se processam as viagens nestes termos. Os mais rápidos não se melindram em nada por esperar pelos menos experientes, fazendo jus ao espírito Motard que prevalece. O Luis, que conheci melhor nesta viagem, apimentou as conversas com os seus traumas psicológicos, como o de não comer nada que vê vivo. Ele que gosta de pescar, quando leva peixe fresco para casa, passa na praça e compra um já sem vida para ele comer ahahahahaah hilariante, não acham? O Bruno passou a viagem com o rabinho entre as pernas, pois como Espanha não é Portugal a falta de espelhos na hornet podia-lhe ter valido uma receita policial de mais de uma centena de euros. Desta vez passou… O Diogo (Mad) marcou pontos com a sua explicação sobre astronomia e ângulos de entrada de meteoritos na atmosfera (ehehehehe) depois de vermos a maior estrela cadente até hoje vista (pelo menos para mim). A Ana é e será sempre a minha heroína, pois quem anda a pendura com o Mad (alcunha sugestiva) merece todos os créditos, ainda por mais sendo a única mulher do grupo. Estás lá Ana. Miguel… o que dizer deste miúdo. Está sempre na berra. Faz uma casa e espero continuar a partilhar estrada com este senhor! És o "máior"!
Pessoalmente foi uma das viagens em que mais gostei de rolar. Andava desejoso de fazer estrada com a Ninja e mesmo com altas expectavivas criadas, não me desiludiu, pelo contrário, confirmou toda a teoria de que uma 600cc chega e sobra para o uso que lhes damos. Se na ida para Jerez, deu para sentir um cheirinho do que ela pode fazer, no regresso a Portugal, fiquei totalmente rendido ao seu desempenho. Segura a todos os níveis, fez das curvas rectas e acompanhou com descaramento as 1000cc. Eu que não gosto da ideia de vender, estava capaz de trabalhar para a Kawasaki e vender motas destas a toda a gente. Todo o Motard devia ter uma mota assim…

Mapa do percurso