11/27/2009

Actividade nocturna

Esta semana concretizei mais uma das minhas vontades manhosas! Um raid nocturno de bicicleta pela Serra de Sintra. Gosto da serra, especialmente de noite. Gosto de enfrentar o medo, medo das histórias macabras que se contam, o medo do escuro lol, o medo do inesperado, do silêncio e do ranger das árvores que nos parecem querer dizer qualquer coisa uuuuuuuuuuu, enfim aceitar/criar desafios e vencê-los é tarefa que gosto de me propor. Poderiam dizer que sou maluco, mas não sou. Quero dizer que não fui criador deste desnorte. Foi um efeito colateral de uma conversa entre amigos que desde há um par de meses dedicam algum tempo aos passeios de bicicleta. A data do raid foi alterada. Era suposto acontecer na semana passada, mas como estava um pouco dorido (pelo acontecimento do post anterior) os intervenientes, Pocinhas e Kamikaze, acederam a esperar uma semana para que me recuperasse fisicamente. Em boa hora o fizemos. Nesta quarta-feira, quando aconteceu o raid, gozámos de umas condições climáticas à medida da nossa aventura. Choveu praticamente o dia todo e para ajudar à festa esteve um nevoeiro que me fez esperar a qualquer instante ser surpreendido por D. Sebastião e o seu cavalo branco ahahahah. À última da hora outro maluco se juntou ao trio. Pecas, este sim o Guru das bicicletas. Um homem que vai de bicicleta do Algueirão à Nazaré merece este título! Para além disso, alinhou por tabela, pois ouviu falar deste raid e ligou-me a perguntar onde era o ponto de encontro e se podia ir… loooooool Grande espírito! Gosto de gente desta pah!
Passemos ao raid propriamente dito. Para aquecer, subimos o estradão até aos Capuchos, isto sem ver um caracol, embora tivéssemos visto muitas salamandras, sapos (seria por estar a chover? Lol ) e ainda um cão (nada a ver com a chuva ahahahha). Com um misto de suor e chuva, entrámos mata a dentro, sempre na cola do Pecas que comandou o pelotão. Confesso que tive medo. Não de nada que já tivesse falado. Tive medo de cair. O nevoeiro era denso, os travões eram… mentira e para mais, a luz que comprei tem uma abertura de mais de 180º o que me ofuscava o pouco que conseguia ver loooooooool. Não foi fácil. Os três tiveram de esperar por mim várias vezes. Para a próxima levo uma pala para a luz e vão ver como elas mordem! Bom entre poças, pocinhas e autênticas lagoas de lama, os trilhos por onde percorremos cerca de 16 km valeram-nos uma noite bem diferente e saudável.
Fica a foto de uma queda simulada no nosso primeiro passeio por Sintra.
Abraços e até já.

11/17/2009

A primeira vez...

Como foi a tua primeira vez? A minha foi hoje!
Hoje de manhã, 17 de Novembro de 2009 vai ficar para sempre gravado na minha vida como o primeiro acidente* sem a palavra “F”. Por norma, um gigantesco "foda-se" liberta-se logo após os acidentes. Hoje foi diferente. Calma, foi a primeira palavra que disse e foi direccionada ao condutor do outro veículo… Respondendo à pergunta sobre o meu estado físico. Acrescentei ao “Calma”, um doloroso “preciso de tempo para recuperar”
Passados uns segundos e dois ou três agachamentos, lá consegui conversar com o José (condutor do outro veiculo). Revi-me nele de imediato. Tranquilamente tudo se resolve. Ninguém se aleijou e isso é que conta, disse eu, apesar de ter batido com o orgão reprodutor no depósito da minha linda Hornet.
Eis a minha visão do acidente:
Vinha a passar por um cruzamento e vejo o carro de frente parado. Nem desacelerei. Quando me apercebi que ele ia virar à esquerda, ou seja, atravessar-se na minha faixa, aí sim desacelerei na esperança que ele me visse. Tal não aconteceu e foi por um triz que não me safei. Mas esse triz foi suficiente para fazer estragos de vulto na mota. Até para a levar à mão foi difícil, pois a roda da frente roça nos colectores. Uma tristeza. Voei por cima dela e fui aterrar no fofinho passeio de calçada. Um misto de lancil, alcatrão, grelha de ferro e pedras da calçada, enfim um luxo! Raspei o blusão o capacete e as botas. A parte pior foi mesmo nas calças. Para além de se descoserem todas, tipo Hulk quando cresce, rasgaram-se na zona da breguilha dando um aspecto um nada arrojado à vestimenta. Fomos tratar da papelada. Depois disso fui ao Hospital para me certeficar de que estava bem fisicamente, como estou aliás. Estou um nadinha dorido. Braços, pernas e zona abdominal. Vai passar. É mais uma batalha ganha nos acidentes da vida.
Sinceramente espero que tudo corra bem com os seguros de forma a rolar o mais rápido possível. Já tenho saudades da minha mota. Estou tranquilo, mas sei que vai ser doloroso ficar sem ela. Nem quero pensar muito nisso. O que for e como for será.
*Acidente: acontecimento repentino, fortuito e desagradável; acontecimento de que veio a resultar qualquer prejuízo…

11/04/2009

Fiat, já se sabe…

Tive durante muitos anos um Fiat Uno 60 SX. Era um carrinho muito interessante a todos os níveis. Tenho passagens com ele que não lembra a ninguém. Um dia “abro esse livro” Para agora importa fazer esta introdução, para ficarem a imaginar o conhecimento que já tinha daquela máquina com alma de Ferrari. Uma bela tarde de trabalho encontro um colega de volta do seu Uno com o capô aberto. Perguntei o que se passava e ele responde que estava tudo bem. Tinha tido uns problemas (custava a pegar), mas parecia tudo bem agora. Assaltou-me a ideia de lhe pregar uma partida. À primeira oportunidade fui ao caro e desliguei uma ficha que fazia passagem de corrente. Uma vez desligada era impossível o carro trabalhar… (na foto, o da esquerda era o meu com as jantes dele, no canto direito aparece o dele com as minhas jantes) Fiquei à coca para ver se ele ia usar o carro, mas nada. Passaram umas horas e nunca mais me lembrei da situação até ouvir uns barulhos estranhos vindos do parque de estacionamento. Mal fui espreitar, dei com o rapaz, novamente de capô aberto, todo suado e a rogar as maiores pragas possíveis ao carro e aos senhores que o construíram… Estava já no fundo da rampa, pois tinha tentado pegar o carro de empurrão e, obviamente, nada! Sorrateiramente fui-me aproximando até lhe perguntar o que se passava com o carro… A resposta não foi diferente das que muitas vezes eu dava a mim mesmo, quando passava por aquelas situações. Vou despachar esta porcaria, estou farto disto! Carro de merda! Etc… Com toda a calma do mundo disse-lhe que tinha um e que naquele carro nada me era estranho. A princípio estranhou a minha confiança, mas quando me fiz de entendido e lhe pedi para dar à chave sem acelerar, pensou duas vezes ehehehe. O motor de arranque fez o seu trabalho. A gasolina estava a ser injectada, pois cheirava que tresandava, então autoritariamente fiz sinal para parar.
- Calma! Não saias do carro que não vale a pena… - disse eu. - Já sei o que é! Tens aqui um fio desligado e não deixa o carro trabalhar, queres ver? Experimenta lá!
Pegou assim que rodou a chave! A expressão de alívio na cara dele era-me familiar. Parece que todas as frustrações morrem ali mesmo. É como se o sol rompesse as nuvens e os raios nos aquecessem automaticamente num dia de frio… - Maravilha! És o maior! - foram as palavras dele com entusiasmo. Apenas repeti que conhecia muito bem este carro. Como é óbvio, acabei por lhe contar a história como realmente se passou. Desde então o Uno passou a ficar sempre fechado… Se me fizeram alguma? Dificilmente levava carro. A mota era, assim como hoje, o meu transporte de eleição.

10/06/2009

Viagem por acabar

Estava à cerca de um ano para fazer isto. É uma daquelas coisas que arrumamos na gaveta de ”um dia faço”. No ano passado um grupo de gente sã, organizou-se para fazer a viagem à concentração de Faro em motas de 50cc tipo Sachs, Casal, Famel, Zundapp etc… Foi meia história de sucesso, pois apenas fizemos a viagem de ida. Por várias questões, optámos por regressar de carro. Nessa altura deixei a minha Zundapp em Olhão, bem guardada na casa da minha irmã. Desde então que me assalta a ideia de ir lá abaixo e trazê-la para casa para a recuperar “à lá Zé”… coisa que apesar de tudo não sei como será. Lá está… “à lá Zé”!
Com o fim de semana grande pensei seriamente nisso. Pensei qual seria a melhor maneira de fazer chegar a mota a casa. Pensei, pensei, tornei a pensar e só me vinha uma ideia à cabeça. Trazê-la a rolar, pois claro! Se fez a viagem para baixo, por que motivo não faria a viagem para cima? Só de me lembrar do que me diverti na serra do Caldeirão, nem duvidei. Sábado de manhã. Bilhete comprado e boleia do mano novo até Sete Rios para apanhar o expresso direito a Olhão. Passei o sábado de tarde com o Helder na sua garagem a tratar das coisas “à lá Zé”.
Primeira coisa a fazer foi sacudir o pó acumulado durante este tempo. Depois de posta a trabalhar, preocupei-me com as luzes, ou melhor, preocupou-se o Helder que eu sou muito bom em electricista, mas é debaixo de água… Seguiu-se um tempo para apertar todos os parafusos desapertados e recolocar porcas que faltavam nos apoios do motor. Estranhamente o motor nunca mais dançou ahahaahah. Ficou tudo mais ou menos razoável, “à lá Zé”, para arrancar na segunda feira. Domingo foi religiosamente para descansar e gozar a família. Segunda feira… ui segunda feira, foi bom, muito bom. Logo de manhã fui bafejado pela sorte. Se isto me acontecesse mais tarde estava arrumada a viagem. O Helder pergunta-me a que bomba de gasolina vou. Respondi depois de pensar um pouco (já que o depósito estava a cerca de meio) que iria logo a uma ali ao lado. Assim tive companhia até lá. Parei para abastecer e entrei na loja para comprar óleo para a mistura da gasolina. Depois é que fui abastecer. Opsss! Épah, como é que abro o tampão disto agora? (Tinha perdido a chave na concentração de 2008) Caraças! Uma mota tão velha e carunchosa, logo tinha de ter fechadura no tampão… Como estava ali o Helder, optámos por regressar à garagem para abrir aquilo e… surpresa! A mota não pega!! Por esta altura já suava em bica. Enquanto levava a mota à mão, o ânimo começava a desvanecer… Depois de cerca de uma hora de volta dela, lá o Helder deu com o “gato”. O cabo do cachimbo estava a passar energia para a cabeça do motor o que o fazia parar de trabalhar… Trocou-se o cachimbo e pegou logo! Fiquei para lá de contente. Eram cerca de 11 horas quando ganhei confiança para me sentar na mota e arrancar com apenas uma chave de velas no saco. Foi secando o suor no corpo enquanto no sentido inverso aumentavam os níveis de confiança e os km foram passando sem saber a quantos ia, porque o manómetro não marca nada. Chegou a Estrada Nacional 2. Um sorriso de orelha a orelha! Agora é que vai ser… e foi! A cada curva que fazia, mais vontade de rir tinha. Impressionante como é divertido conduzir uma motinha destas. Ás tantas pensei em dar tudo de mim naquelas curvas, mas as folgas eram muitas e faziam de travão na minha cabeça, e realmente se quisesse travar teria de ser com esse mesmo já que os da mota pouco ou nada faziam… Aliás ficava de certo modo irritado quando me aparecia um carro pela frente para ultrapassar, porque teria de abrandar a velocidade, perder rotação e possivelmente travar, coisa que nestas motas fraquinhas leva tempo a recuperar depois, mas ainda assim fiz uma quantas ultrapassagens limpas e sem tocar nos travões ou perder muita velocidade. Foi a loucura!
Depois da serra veio a planície alentejana com as suas longas rectas. Lutei para não ir a fundo, mas a confiança naquele motor foi tanta que não pude evitar. Parei para abastecer e petiscar qualquer coisa na Mimosa. Daí até Setúbal foi um tiro. Quer dizer um tirinho fraquinho, mas bem rodado! Parei em Setúbal para vestir o impermeável que estava a ver a coisa negra. Voltei a parar em Azeitão! Terra maldita! Foi aí que comecei a pensar que não seria fácil chegar a casa. A mota foi abaixo e não pegava. Usei a única ferramenta que tinha e depois de desmontar e montar a vela, pegou. Voltei a sorrir. Novo abastecimento em Coina, controlei o relógio e pensei que meia hora seria suficiente para chegar a Cacilhas, visto que teria um ferry às 16:40. Feijó, Almada, Cacilhas... foi dramático. Duas paragens obrigatórias e sem perceber o que se estava a passar. Da vela não era, nunca tinha sido. Restava a opção inicial. O maldito cabo do cachimbo. Se o Helder trocara o cachimbo em si, agora restava-me a ligação do outro extremo. Assim que desencaixei aquilo percebi que poderia ser dali. Sem ferramenta alguma tentei dar aperto de forma a passar corrente, o que consegui, mas entretanto tinha passado uma hora e apenas consegui apanhar o ferry das 15:40. Durante a travessia olhava para a mota e perguntava-me a mim mesmo se chegaria a casa a rolar. Assim que o barco atracou, uma lufada de confiança suou quando pegou saudavelmente à primeira. Senti um estranho orgulho a sair em pleno Cais do Sodré, com o chaço mais podre que o mundo viu a andar. Passei por um amigo, Gonçalo Peixoto, e acenei uma vez, ficou a olhar para mim. Acenei novamente e ele como bem educado que é acenou de volta, provavelmente pensando… Mas que raio de saloiada é esta? Estou a chegar ás docas de Santo Amaro quando ouço um barulho metálico e a mota a apagar-se. Olha! Já está! Pensei eu. Isto é que é gripar um motor?! Olhei para baixo e saia fumo do motor. Ardeu, pensei na hora. Encostei a mota e para ter a certeza de que era o motor, tentei desengatar a caixa e fazê-la trabalhar. E trabalhou! Ai a minha vida! Se não é motor o que será? Sai de cima dela e ao empurrá-la para o passeio a roda de trás prendeu. Hummm que se passa? Fiz uma cara de espanto!!! Nãããããão!!!!???? Isto acontecia-me nas bicicletas pah! Saltou a corrente! Embrulhou-se toda na cremalheira e provavelmente no pinhão de ataque. Sem ferramentas e com a corrente partida, tive de dar por encerrada a viagem a trinta km de casa! A corrente estava laça, mas não dava para esticar mais. Pensei nisso, mas os esticadores estavam no máximo. O empedrado lisboeta foi traiçoeiro demais! O Bruno é que foi um dos porreiros de serviço! (Obrigado a quem se disponibilizou para me resgatar a qualquer altura.) Desenrascou-me com uma boleia oportuna e confortável. Estás lá Bruno! Registei!
De qualquer forma, esta aventura, não está terminada. Prometo regressar ás Docas de Santo Amaro para finalizar a viagem…

9/23/2009

Imprima outra vez :)


Corria o ano de 2003. Depois de acabar um trabalho mandei imprimir. Ao ver as folhas a sair da impressora lembrei-me de sacudir um bocado o ambiente no escritório. Voltei ao "pc" e escrevi no word as palavras deste título: Imprima outra vez, com um smile para simpatia. Voltei a folha para baixo e tornei a colocá-la no alimentador da impressora. Um dos meus colegas (vítima a partir de agora) ao imprimir dá de caras com aquelas palavras, por baixo do trabalho dele impresso. Volta-se para mim e diz:
Ó Zé! olha para isto! Não dei muita importância para não dar parte fraca, mas longe de mim pensar que aquele gesto iria valer tanta gargalhada... Escusado será dizer que carreguei o alimentador aleatóriamente com mais umas quantas folhas idênticas. O episódio repetiu-se vezes sem conta, sem que a vítima desconfiasse. Dizia que devia ser um vírus ehehhheeh. Passei a palavra ao resto do pessoal que não só acharam piada, como começaram a minar a coisa ainda mais. Para além do já normal "imprima outra vez :)" começavam agora a aparecer outro tipo de mensagens, mas sempre dentro do mesmo género... A coisa foi rolando e todos íamos rindo um pouco com estas cenas até que um dia, surgiu esta mensagem: "Imprime outra vez, senão papo-te o repolho" ahahahahahaha Obviamente tudo acabou nessa hora porque ninguém conseguiu conter o riso. Parecia um terramoto, com todos (éramos cinco naquela sala fora a vítima) a explodir numa gargalhada que deixou perplexa a vítima, voltando a ler e relêr a folha até perceber o porquê de tudo aquilo... Daí em diante houve tentativas com outros protagonistas. Dizem até que uma vítima chegou a trocar de monitor loooool... mitos, sabem como são estas coisas... de qualquer maneira, olhos bem abertos e malandro que é malandro...

Feel


9/22/2009

Marinho

Recebi hoje a notícia da morte de um amigo de infância. Tinha 26 anos. Não o via há muito tempo. Durante a infância sempre arranjei a sua bicicleta e muitos km fizemos juntos, naquilo que era um dos muitos desportos da moda naquela altura… O traçado era mais ou menos ir ver as horas à estação, beber água ao parque, encher os pneus nas bombas e pedalar por onde nos apetecesse. Éramos jovens e com a vida pela frente. Nunca fui, nem sou, de perspectivar a vida uns anos mais à frente e mesmo que o fizesse, estaria longe de imaginar um desfecho destes para o Marinho. Soube agora que lhe foi diagnosticado um tumor aos 22 anos. Miudo de aparência frágil, mas muito inteligente e divertido, é assim que sempre me vou lembrar dele. Escrevo e choro por não lhe ter apertado a mão, dado um abraço... A vida é fodida!

9/14/2009

fds selvagem

Foi programado para ser um fim de semana diferente. Seria qualquer coisa de memorável, mas os planos saíram furados pela condição humana. Os senhores do barco, onde iríamos passar a noite, deram o dito por não dito e alugaram o mesmo a outros sujeitos. Talvez tenham pago mais, talvez tenham pago logo, talvez o senhor se tenha esquecido, sei lá ... talvez olha.... talvez o senhor não tenha palavra. Pode ser isso... ou não, não sei e não quero saber, mas irrita-me estas posturas! Houve jogo de cintura para não deixar passar o fim de semana em vão. De certeza que quem foi gostou. Gostou do almoço com vespas a patrulhar as mesas, gostou da canoagem à chuva iluminada por grandiosos relâmpagos mas gostou também do acampamento selvagem nas margens de um lago simplesmente lindo, gostou do céu incrivelmente nítido e das explicações do Zé sobre a Via Láctea, Cassiopeia e outras demais estrelas ou agrupamento delas e para finalizar gostou do reavivar de memórias de outras andanças em grupo que muitas saudades deixam. Eu gostei. A começar pelos típicos atrasos, correu tudo como planeado. Tinha pensado acampar nas margens do rio, mas dadas as instáveis condições climáticas, o pessoal começou a torcer o nariz e sugeriram a Tapada da Mina como local de eleição para nos estabelecermos. Assim foi e pouco depois de lá chegar, já de noite, foi o tomar posse do churrasco e da areia para montar o acampamento selvagem. Entre chouriças e febras esfumaçadas, mais do que permitia o calor humano, fomos saciando fome, sede e conversas próprias de quem tem tempo. Conversas mais ou menos filosóficas, conversas sobre estilos de vida. Conversas que puxam conversas... foi assim pela noite dentro, sobre o silêncio vingaram opiniões, ideias... conversas soltas e bem dispostas. Entre essas conversas, ficou no ar a ideia de uma passagem de ano à moda antiga... Estou lá!
Ao acordar de uma noite mal dormida, tirámos partido do espaço em si. Banhos que simultaneamente queimavam excessos da noite anterior e relaxavam o corpo. Boa vida, como se costuma dizer! Angela, Avelar, Catarina, Caria, Che, Garcez, Marisa, Miguel, Pedro, Rodrigo, Sara, e Sílvia... vencemos a gripe G de Mértola! Obrigado.

9/07/2009

www.hornetportugal.com

Vou tentar resumir… 20 de Março de 1976 ahahahahha brincadeira, Corria o ano de 2000 quando decidi tirar a carta de mota. Não o tinha feito aos 18 por 2 razões. O dinheiro não abundava e na minha cabeça havia muito medo. Medo de mim, de ser imaturo, de me deixar levar pela adrenalina. Demorei cerca de um ano a inscrever-me na escola de condução. Sempre que estava determinado, via um acidente com mota e repensava a ideia. Mas em Dezembro, lá foi! Carta na mão e mota para escolher. A decisão foi parcialmente paixão! 50% racional (Quis uma naked para poupar dinheiro em carenagens) 50% paixão. Adorei a Hornet desde o primeiro momento. Deixo um link dedicado à minha mota:
http://forum.hornetportugal.com/viewtopic.php?f=11&t=2375
Nos meses que se seguiram, procurei na net várias informações sobre a mota, entre as quais descobri um fórum dedicado ao modelo. Registei-me e quase sem querer comecei a participar. Não logo, mas cerca de um ano mais tarde (sou muito tímido). Desde então que esse fórum me trouxe muito mais do que esperava. Para além de um conhecimento maior da mota que tenho, trouxe anexa a amizade de muita gente que invadiu a minha vida de uma forma deliciosamente avassaladora. Falo de três a quatro anos de conhecimento mutuo que me permitem dizer que tenho neste fórum amigos. Não são apenas amizades de ocasião. Sei que posso contar com eles mesmo que não esteja sentado na mota.
Aconteceu neste fim de semana o 7º Encontro Nacional. Na Nazaré, cerca de 80 pessoas conviveram no parque de campismo e nos bares da Vila. Venho de rastos, fisicamente cansado, mas de alma cheia. Obrigado a todos!

9/03/2009

Vidigueira

Tinha tudo escrito e perdi! Raiva!!! Depois de recuperar, aqui vai:
Concentração da Vidigueira. Véspera sempre em altas para receber e montar o kit de transmissão. Tudo resolvido e preparado para arrancar. Saída de Carnaxide, pelas 18h. Escolhi um percurso que tinha feito uns anos antes e estava curioso para o fazer. Segui por: Montijo, Poceirão, Águas de Moura, Alcácer do Sal, Torrão, Alvito e Vidigueira. A estrada está uma merda! Tenho de escrever assim! À cerca de 3/4 anos estava toda descascada de alcatrão e em obras. Agora tem alcatrão e saltos para todos os gostos originados pelas raízes das árvores. Enfim dinheiro bem gasto pelos políticos. Tive medo! O desenho da estrada é fantástico com muitas curvas cegas, subidas e descidas, mas os ressaltos do piso não permitem prazer nenhum na condução. Cheguei à Vidigueira com um consumo de 5,47 lts/100km. Fui mal recebido pelo Miguel que nem uma cerveja se dignou a trazer junto à pulseira. Miserável! Depressa remediou a coisa e dessa forma se salvou o corpo da torreira ao sol da viagem. As noites na concentração acabam cedo. É o sítio ideal para descansar na companhia do espírito Motard. Pelas 3 horas acaba o barulho. O silêncio começa a rasgar a noite e vence consecutivas batalhas contra a animação. Durante o dia aproveitam-se as excelentes condições das piscinas e batalha-se por um lugar do melhor que o Alentejo tem… (entre muitas outras coisas) sombras! Sábado à noite um jantar na Amieira com o pessoal das Hayabusas. A viagem para lá foi deita a três. Ficámos, eu e o Fábio Cardoso, à espera do Kantiflas que tinha decidido jantar connosco. O ponto alto a nível de condução foi no regresso. Depois de vazar à vontade litro e meio de água mineral e sem matar o calor, regressámos à Vidigueira a bom ritmo. Gostei demais de rolar com aqueles meninos. A velocidade é viva sem ser abusiva. As estradas que circundam a albufeira da barragem do Alqueva estão em bom estado e permitem uma condução segura. Andar de noite é de facto mágico!
Chegámos a tempo de festejar o segundo aniversário do Rodrigo Silva! Um Motard que já o é e não sabe!
Domingo foi sempre a relaxar. Todo o dia na piscina. Regresso feito à noite com o companheiro de sempre. Miguel. Não gosta de conduzir à noite, mas alinha em tudo! Estava calor. Demais para sair de dia e com o sol baixo é impossível ver a estrada. Fomos os penúltimos a sair do recinto. Ficou apenas um casal naquela área.

9/01/2009

Nomes

Hoje por volta da hora de almoço, chamaram-me de tudo. Fui procurar qualquer coisa para comer ao continente da Amadora. Numa casa de sopas, estava a ver os menus e diz-me uma das empregadas... Ó rapaz, não escolha tanto que sai errado! Ri-me para ela dizendo que por essa altura já tinha um nó no cérebro. Dei um passo na direcção do balcão e escolhi o menu. Qual é a sopa que quer? - diz a moça. - Esta de agrião faz aparecer a sua princesa à noite. Esbocei novo sorriso. Escolhi sopa de feijão. Muito bem escolhida! - diz ela - Com esta leva duas princesas para casa. Por esta altura já me chamavam (eram 3) de príncipe, simpático, entre outras coisas que lhes vieram à cabeça, coisas absurdas mas que levantam a moral a qualquer ser humano. Foi um momento hilariante, pois desatámos todos a rir, eu, elas e outros clientes que esperavam a sua vez. Nada como chamar nomes ás pessoas para desanuviar...
Já de tarde, ligo a um fornecedor e pergunto pela encomenda que tinha feito... De onde fala? Fercof, respondo eu... - Desculpe? - Fer cof, repeti... - Desculpe mas não estou a perceber... - FER COF! repeti mais uma vez em tom seco... Do outro lado da linha o sr. soletra o nome. - É isso? - sim, respondi eu... - Ahhhhhh desculpe mas estava a perceber FUCK OFF!!! Risada ao telefone...
Conclusão... chamem nomes uns aos outros... traz boa disposição!

8/21/2009

SLB

Parece mentira mas este clube esteve adormecido durante 2 décadas. Durante cerca de vinte anos tenho acompanhado a degradação da equipa de futebol, assim como o esfriar do entusiasmo dos adeptos, especialmente o meu. Não sou maluco por futebol, apenas gosto de ver bom futebol. Não nego o meu forte sentimento por este clube. Sinto o vermelho que me corre na veias. Isso não impede, nem nunca impediu de ver o futebol pelo futebol. De admitir a superioridade dos outros clubes durante este período. Isso não me choca, ao contrário das fracas performances dos encarnados, isso sim me deixa triste e desiludido. Conheci na minha infância um Benfica glorioso e vencedor. Depois disso ... é o que se sabe. É verdade que no início das temporadas temos sempre aquela secreta esperança de que este ano corre melhor. Mas este ano sinto diferente. Sou exigente, é verdade, mas pelo que vi, parece-me que vou estar satisfeito ao longo desta temporada. Podemos não ganhar nada, mas vou ficar contente se jogarmos futebol.
Quem não me conhece e fala de futebol comigo nunca diria que sou benfiquista, porque sou realista e não raras vezes torço por outros clubes que jogam futebol. Aconteceu com o Porto de Mourinho por exemplo e acontece actualmente com os inevitáveis Barcelona de Guardiola e M.United de Fergunson. Isto é futebol!

Ontem assisti a um início de jogo fraco, a lembrar as exibições dos anos anteriores. Estava a dar em louco, porque realmente tenho fé neste conjunto. Sei porque vi, que sabem fazer bem, muito bem até! Quando fizemos o golo, bom golo aliás, percebi que eles próprios ainda não se capacitaram do que podem conseguir. Depois disso tudo foi mais fácil. Um resultado que não se conseguia na Europa à 11 anos. Espero com todo o meu benfiquismo que as coisas corram bem e se veja de novo no estádio da Luz futebol de primeira! O inferno da Luz pode estar de volta!


Força Benfica!!

8/19/2009

Góis 2009

Para relatar este fim de semana, preciso recuar até à noite de quinta feira. Depois de uma grande noite de conversa, com uma ida nocturna ao Cabo da Roca, deixei no ar a promessa de no dia seguinte, entre as 18 e as 20h, fazer cerca de 50 km, tomar o primeiro banho de mar em 2009, remendar um furo no pneu da mota, arrumar o saco de viagem para Góis e estar a tempo e horas no ponto de encontro.
Assim fiz. Sempre nas calmas e sem acelerar, saí de Carnaxide, directo a Caxias. Não é a minha praia de eleição, ou melhor, nunca tinha dado banho por estes lados, mas sendo a mais próxima e a que menos desviava do percurso, nem hesitei. Entrei praia dentro com os equipamentos de protecção e os olhares de grande parte dos banhistas... e se eram muitos!
Despi a roupa e vesti os calções. Preparei a prova para justificar a promessa. Telefone a gravar apontado para a água e... banho. Sem cerimónias porque estava calor. Sempre de olho no telefone, não fosse alguém se interessar por ele... Depois de duas investidas saborosas e refrescantes nas águas calmas e aparentemente limpas, retornei ao areal. Desliguei o vídeo que estaria a fazer e segui viagem. Mais tarde percebi que não tinha filmado... que cena. Têm de dar credito à minha palavra.
Segunda etapa, seria remendar o pneu de trás da mota. Passei por 2 bombas de gasolina e nenhuma tinha o "ar" a funcionar... Só em Mem Martins cumpri o planeado...

Segui para um ritual de sexta feira. Lavar a mota. Pensei, bolas se vou fazer km tenho de olear a corrente. Para olear a corrente era boa ideia lavar a mota. Uma coisa leva à outra e assim fiz:

Depois de lavada, olear a transmissão, para que dure mais uns km sem pedir reforma antecipada:

Seguiu-se uma subida ao 2ºB para arrumar o saco, tomar uma banhoca e seguir para a 2ª circular. Cheguei lá pelas 20h:03m, como pode comprovar o Carraça que já lá estava. Cerveja para refrescar e arrancar para Góis. A viagem fez-se bem, com algumas peças a saltar da mota do Carraça eheheheheheh um desencontro pelo caminho, também normal mas chegámos todos (Carraça, Eu, Jorge, Rodrigo, Maria, Burgão e Rita) a tempo e horas de uma graaaaaande noite.

2009 parece ser o ano das boas concentrações. Não sei se é pela minha disposição, talvez esteja a entrar realmente naquele espírito. Facto é que quer Faro, quer Góis valeram a pena, pela camaradagem vivida e acima de tudo pelo numero de pessoas conhecidas que por lá vi. Para aqueles que lá estiveram pela primeira vez, como o Avelar, espero que tenham gostado no mínimo tanto quanto eu...

Góis vale não só pelo recinto, mas acima de tudo pela paisagem e tudo o que nos oferece a nível de natureza. Quer o rio Ceira, quer as várias maravilhas naturais que se encontram um pouco po toda a serra da Lousã, assim como as estradas, para quem gosta de conduzir, claro. Entretanto as rápidas melhoras para a Rita que ainda assustou muita gente com uma gripe, que espero estar resolvida.

8/08/2009

Fantástico

Sinto-me determinado. Estou sólido, de mangas arregaçadas e de cara limpa.
Ontem à noite tive uma visão. Podes fugir, mas não te podes esconder. Chega a hora em que temos de arrumar as coisas e acabar com o enfadado deixa andar. Depois de ver pela quinta ou sexta vez o filme; "Um dia de treino" com Denzel Washington e Ethan Hawke, um belíssimo filme aliás, dei de caras na Sic Radical com os combates da UFC - Ultimate Figthing Championship, Vi o primeiro assalto, onde Terry Martin (calção branco) esteve sempre em vantagem, impondo o físico de maneira exemplar, não dando grandes hipóteses a James Irvin. No segundo assalto foi assim...

8/06/2009

8/04/2009

Kawasaki zex 6r

Ontem, caí na asneira de testar esta menina. Não diria que foi surpreendente, mas foi sem duvida uma excelente experiência. Não me desiludiu em nada. Sai de Benfica em plena hora de ponta. Direcção... Sintra IC19 parado (acidente antes de chegar à Amadora) Deu para sentir a boa maneabilidade entre carros. Boa resposta em baixas e direcção muito precisa. Depois da confusão, segui para a Lagoa Azul. Aqui mostrou todo o seu potencial. Na zona verde como eles chamam a resposta é linear e projecta a mota de forma vertiginosa. A travagem deixou-me nas nuvens. Tem uma nova forquilha toda xpto que absorve na perfeição o poder da travagem, dando um comportamento de entrada de curva muito superior ao que esperava. Este facto também é ajudado pelo sistema deslizante da embraiagem que depois formatado nas nossas cabeças dá um novo sentido à travagem.
Na generalidade a mota é excelente. Do melhor já feito a nível de 600cc. Só não digo que tirei partido a 100% porque tinha uma excessiva folga no acelerador que me impedia de entrar nas curvas em aceleração. Optei por experimentar mais a travagem e o sistema da embraiagem, pois a facilidade com que se curva foi evidente logo nos primeiros contactos.
Doeu de morte pegar na minha depois. Se a diferença da zx6r de 2009 para 2008 é um pequeno abismo, então imaginem pegar na minha com 9 anos de diferença e um mundo, próprio do segmento diferente... Hoje já andei melhor, o tanque de guerra está imparável...

7/30/2009

Dores musculares

Estou que nem posso. Poderia também dizer que estou nas nuvens. Pode parecer e admito que seja fora do normal, mas as dores musculares que advêm da actividade física têm para mim outra designação que não própriamente "dores". Sinto-me bem ao levantar da cadeira e sentir que estou todo partido fisicamente. Custa a andar, custa a dobrar, custa até dar a volta na cama, mas é um custar diferente, não sei se me estou a fazer entender lol. Não é uma doença, não é nada que não se ultrapasse. São sintomas de que estou vivo!! Programei a semana para me dedicar à actividade física. Supostamente era btt segunda, futebol na terça, kickboxe quarta e por aí em diante. Segunda feira não cumpri. Um amigo, uma esplanada e um copo falaram mais alto. Na terça foi duro. Muito suor e esforço. Com a idade deveria correr menos que quando era jovem. Acontece precisamente o contrário. Não que esteja em forma, mas apenas porque nunca fui de correr muito ahahahhhah. Agora dá mais pica. A mente sobre o corpo (guerras minhas, não liguem) Se as noites de futebol fazem-me sentir "vivo" nos dias seguintes, ontem foi o golpe de misericórdia. Kickboxe, desporto que não me diz muito, mas por (más) influências, lá fui pela segunda vez na vida. A preparação física arrebentou. Se fiz um tremendo esforço para não me rir, maior foi o esforço físico, com vários avisos de cãibras pelo caminho. Cada exercício era sinónimo de início de cãibra e a cereja no cimo do bolo foi quando o Mestre diz: Agora vamos saltar ao eixo ahahahahahahah fonix! quase morri só de pensar... Fez-se com menos custo que inicialmente pensei e no fim, depois de uma pêras e pontapés acabei a noite com o peito feito e dores musculares até dizer chega...
Resumindo, estou vivo!!!

7/22/2009

Faro 2009

Para mim foi a melhor de sempre. Sim, é verdade que foi menos gente. Sim é verdade que na ilha de Faro a Polícia fechou o cerco. Sim é verdade que fora do recinto não se passa nada. Mas também é verdade que o espírito Motard esteve presente e de uma maneira soberba!
Foram cerca de 23.000 almas durante o fim de semana. Quando comparado com os números de anos anteriores parece que deixa um pouco a desejar, mas a evolução tem sido bem positiva. A organização do evento é do melhor que se pode pedir. Tem aspectos menos positivos, claro, mas na globalidade é uma referência.
A concentração está diferente, menos adrenalina e mais convívio. Nos primeiros anos que fui, a "loucura" já estava em queda acentuada. Mesmo assim presenciei quer na ilha, quer na cidade, momentos únicos de boa disposição e também algumas manobras perigosas. Em 2001 (ano da minha primeira concentração) o centro de Faro respirava o espírito motard. As pessoas vinham para a rua ver, aplaudir e divertir-se com as motas e as figuras do pessoal que já fazia daquilo um pequeno concurso de criatividade. Cheguei a ver fazer pipocas na ponteira de uma mota ... hilariante. A presença das autoridades era moderada, bem disposta e suficiente. Controlavam o trânsito e cediam passagem aos peões nas passadeiras, acabando quase sempre por dar origem a momentos de boa disposição com rateres e gazadas quando o sr. polícia desviava o olhar, num jogo de gato e rato que fazia as delícias da população. Todos remavam para o mesmo lado. O comércio vivia noites memoráveis de receita. Não sei por que carga de água, alguém decidiu "matar" a concentração nestes moldes. Desde então que o pessoal tem sido convidado a não sair do recinto pelas autoridades. O mesmo se passou na ilha. Era qualquer coisa de único! Esperar cerca de 40 minutos (de mota) para entrar na ilha diz muito da quantidade de motas que lá andavam. Lembro-me de pela primeira vez disparar a ventoinha da hornet e sentir o bafo de ar a queimar as pernas. Era um calor insuportável. Passar a ponte era sinónimo de subida dos níveis de adrenalina. Não encontro palavras que descrevam a loucura que aquilo era. Perigoso, sem dúvida, mas toda a gente que lá vai, sabe ao que está sujeita. O ambiente era denso a borracha queimada ahahahaahha. A carga policial e o comportamento das autoridades, fez com que tudo se alterasse e este ano nem para amostra serviu. Foi realmente muito fraco a esse nível.
Não pensem que sou a favor ou contra estas mudanças, apenas comento a evolução que houve. Teve muito ponto positivo, como a chamada de responsabilidade que foi necessária fazer aos motociclistas que muitas das vezes se excedem, é verdade, assim como o aumento da fiscalização de documentação das motas. Elevo este ponto como o mais positivo. Relatos antigos colocavam muitas motas roubadas em Faro durante as concentrações e isso hoje já não acontece. Quer se queira, quer não, no geral foi positivo. Perdeu o comércio, perdeu a cidade de Faro, perdeu o Algarve. Não está melhor, não está pior... está apenas diferente.

7/21/2009

Férias - O jantar


Da esquerda para a direita: Miguel, José, Rui, Sandra, Sónia, Nuno e Jorge. Foi desde o momento em que planeámos a ida aos Alpes que não me perdoaria falhar a visita aos meus Amigos Rui, Sandra e Christopher. Foi para mim o momento mais alto da viagem. Nada se compara ao calor dos amigos. Estes estavam ansiosos por notícias e só tenho pena de os ter feito sofrer um pouco, pois chegámos mais tarde do que o suposto. Arranjar hotel em Aarau, foi tarefa difícil, mas depois de superada e banho tomado, partimos directos a Oberflachs para os encontrar. Chegados, apresentados e à vontade, lá fomos conhecer a casa e o que me deixou estupefacto... a horta do Rui. Bolas, imaginava qualquer coisa, mas uma horta? lol estava longe de me passar pela cabeça a imagem do Rui a cavar batatas. Mas é real, vi com os meus próprios olhos e tenho testemunhas lol. Eles prepararam o melhor jantar da viagem. Por ser caseiro (alguns produtos da horta lol) por ser feitos por eles (Sandra e Rui) por saber bem e a Portugal. Por algumas horas parecia estar em Torres Vedras na casa deles a jantar como nos velhos tempos. Como bons Portugueses que somos virámos umas garrafitas de Rose, que misturado com a altitude, fez mossa. O Jorge que o diga... Memorável. Por esta hora já o Christopher estava a dormir. Andou o dia todo numa azáfama à nossa espera e depois estoirado adormeceu. Esta é a única foto dessa noite e porque o Miguel, Michael ou Mike se lembrou, num rasgo de sobriedade lol. Agradeço aos meninos toda a trabalheira e prometo voltar um dia destes para ficar mais tempo :)
Um já tradicional TT para a foto da praxe.
Em baixo o Jorge numa foto artística entre espigas... aquelas joelheiras por cima das calças! Que alguém diga ao rapaz que aquilo se usa por dentro lol


A famosa peça da Disney no gelo. Creio ser o Pateta e o Pluto a treinar em plenos Alpes.







Os mesmos exemplares experimentaram inovar com treinos na água. Será o próximo sucesso de bilheteiras em todo o mundo... AquaDisney!



Nuno e Sónia antes da tempestade dos Pirenéus! Aqui estavam cansados, mas (ainda) não encharcados.

Nesta altura estávamos a atravessar os Pirenéus por Larrau. O tempo estava claramente a fechar o no grau da temperatura, o mercúrio descia rapidamente. É visível no meu rosto a adrenalina que isso me dá. Foi uma travessia muito agitada looool Ventos fortes com rajadas, chuva miúda, graúda, assim assim e denso nevoeiro. Quem poderia pedir melhor? lol Depois da tempestade veio ... Espanha claro! Fomos recebidos com uma estrada em direcção a Pamplona que nos encheu as medidas e fez subir a pulsação de forma bem notória. Foi um BOOM de curvas abertas e piso com muita aderência, o que nos permitiu rolar a velocidades que roçavam os limites legais ... Se não sabem, ficam a saber... Espanha é a número um, no que toca a estradas. Genial!

Volta não volta lá aparecia uma curva ou duas a merecer uma 2ª passagem para o flash...
Mesa de trabalho. Mapas, GPS, máquinas fotográficas, guias de hotéis e cerveja. Essencial







Vamos a números. Na chegada a casa somava cerca de 6.500 km.
A média de consumo foi de 5,76 ltr/100km.
O melhor consumo foi de 4,83 ltr/100km.
O pior consumo foi de 6,73 ltr/100km.
Depósito com mais km 255

7/15/2009

Férias - Troca línguas

Durante a viagem, foram várias as fronteiras que passámos. A saber: Portugal, Espanha, Andorra, França, Mónaco, Itália, Suiça, Lichenstein, Alemanha e Austria. Isto é muito giro, mas na realidade faz uma tremenda confusão falar línguas diferentes quase todos os dias. Quer dizer... falar, falar não foi bem o caso, pois do pessoal lá se safava a Sónia que qual dicionário, nos livrou de umas e nos meteu noutras ahahahh. Ás tantas já ninguém sabia como dizer um simples bom dia, se seria buenos dias, bonjour, buongiorno, Guten Morgen ou mesmo god morning! O caos! Era de rir uns para os outros cada vez que alguém dava sinais de meter o pé na argola. A Suiça é dos piores países nesse aspecto. O Jorge que o diga: Entra num hotel e pergunta ao recepcionista se falava Inglês. A resposta foi negativa, à qual sai o natural desabafo de Português... -Foda-se... estou fodido! Surpreendentemente o sr. responde de forma seca: - Estamos cheios. Adorava ter visto isto! A cara do Jorge... pagava pra ver e rir com ele ahahahah. Houve mais. O mesmo Jorge em França, vira-se para um puto que passava de carro e pergunta: -Hostel? A resposta chegou em tons de duvida na expressão do rapaz, ao qual responde o Jorge num correcto Francês... - No me entiendes? Escusado será dizer que não houve resposta, ao mesmo tempo que a gargalhada explodia entre nós. O Miguel tem 2 fenomenais! Uma em Veneza no parque de campismo, quando uma teenager Inglesa (salvo erro) perdida de bêbada andava aos tombos na wc. Claro que o Michael, como se apresentou, tratou logo de a socorrer... Nestas ocasiões, nada como um conselho para acalmar o delírio. Vai daí o Miguel, que queria sugerir à jovem que fosse lavar a cara, saiu-se com uma brilhante: - Go wash your hair. Segundo ele conseguiu captar por instantes a atenção da jovem e assim evitar que ela caísse. Mas na verdade, garantiu que ela o odiasse para o resto do dia, pois sempre que passava na nossa mesa, o olhar era fulminante looooooool. A outra situação do Miguel, bem a pode agradecer à Sónia. Em Alexandria, Itália, durante o jantar e quando pretendia chamar a srª para pedir a 39ª cerveja, pede conselho à Sónia. Esta de imediato lhe diz para chamar por "faccia chichona". Ele sem pensar, dispara em direcção à senhora que com cara de poucos amigos o atende. Entretanto já a Sónia estava roxa de tanto corar, quer de vergonha, quer de riso ahahahhaah explicou depois que a expressão quereria dizer "cara rechonchuda", ou coisa parecida.
Para quem conhece o Miguel, sabe da grande necessidade que ele tem de aliviar a tripa regularmente. Para este caso foi instituído o "arrêter la boste" que faz todo o sentido e não faz nenhum, pois "arrêter" era tudo o que o Miguel não é capaz de fazer, conseguindo mesmo a proeza de parar no Lichenstein para coiso e tal... "arrêter la boste"! No fundo todos nós tivémos saídas do arco da velha e são estes episódios que tornam as viagens únicas, como esta.
Ficam algumas fotos de paisagens Alpinas, Transalpinas e Pirinaicas :p

Restaurante da "faccia chichona"


Larrau, pirinéus Franceses


Veneza



Alpes











Monaco


Zurich



Nice

7/07/2009

Férias - Pela noite dentro

Defendo que estas viagens têm de ter algum programa, mas acima de tudo, e para mim, férias são férias e nas férias, poucos ou nenhuns compromissos gosto de assumir. Lembro-me que à uns anos atrás começar por retirar o relógio do pulso durante as férias de modo a não ter a pressão do tempo. Gostei tanto da experiência que nunca mais usei tal peça, a não ser em ocasiões especiais. Voltando à viagem, o único compromisso que tinha, era a visita aos meus grandes amigos Rui, Sandra e Cristopher na Suiça, e essa era para cumprir à risca.
Soa bem, não é? Viajar sem preocupações, mas o facto é que os imprevistos acontecem e por 3 noites, tomámos a decisão de seguir viagem noite dentro por não arranjar quartos para ficar. A estreia foi na primeira noite. Cidade de Soria, Espanha. Depois de todas as peripécias com a minha mota, depois de apanhar chuva da boa e chuva de pedra, frio e muito desconforto, eram cerca de 23horas quando decidimos comer qualquer coisa e seguir viagem, pois para nosso azar havia uma festa qualquer na cidade e quartos vagos era coisa que não tinham. Com humor, chegámos a pensar que seria pelo nosso aspecto pouco recomendável. Para além de cansados, tínhamos mais roupa no corpo que nas malas ehehe. Seguimos então para um bar e com a pouca simpatia do dono lá petiscámos uns “bocadilhos” (bela bosta) e bebemos chá quente, ou cerveja fria, conforme os gostos, certo Miguel? Cansados mas destemidos saltámos para cima das motas e arrancámos para mais estrada com o objectivo de ficar na primeira espelunca que nos aparecesse à frente. Ficámos relativamente perto de Soria. A espelunca não passava disso mesmo, visto nem água quente ter, o que não impediu o pessoal de tomar um relaxante duche. Entre peripécias e reclamações, na manhã seguinte lá nos cederam um pequeno-almoço fatela em troca da falta de condições dos quartos.
Na nona noite de viagem, fomos também confrontados com situação semelhante. Cidade Trento, Itália. Mais ou menos copy paste da situação anterior, com a particularidade de ter visto mais travestis nessa noite que em toda a minha vida. Jantar e seguir estrada até que encontrámos um parque de campismo, onde fomos muito bem recebidos pelo Peter (guarda do parque). Italiano(não estranhem o nome inglês, pois o Miguel também se chegou a apresentar a uma “dama” como Michael ehehehh), fã de Lisboa, Amália, Fado e falava um Inglês perfeito. Apesar da hora tardia, com a maior das simpatias arranjou-nos um bungalow de modo a descansar o corpos cansados. Na manhã seguinte e à boa maneira portuguesa, deixei um grande abraço ao Peter na recepção do parque. Só depois pensei na cara que me fez o empregado do parque! Com tanta bicheza deve ter pensado outro tipo de coisas daquele abraço ahahahhahahah
Pamplona foi a terceira e última vez que tivemos de jantar e procurar “barraca” noutras paragens. Havia fogo de artifício, muita animação e hotéis completos. Noutras circunstâncias até podíamos tirar partido disso, mas nestas alturas só queremos repousar. Irurtzun foi onde ficámos, pertinho de Pamplona.
Mesmo com estes episódios mais cansativos, continuo a preferir a espontaneidade ao hotel marcado por antecipação. Nas próximas viagens irei mudar algumas coisas, mas isso não.
Não ficámos no Hotel Olympia, porque a Sónia vetou a decisão. Não imagino porquê...


Na primeira noite era “só” isto que tinha vestido…


Só para encerrar o assunto dos Hotéis, dizer apenas que os mais caros foram na Suiça, entre os 40 e os 45 euros por noite. Os mais baratos são os Bungalows nos parques de campismo. No nosso caso o que bateu tudo e todos foi o Hotel Luxemburgo na França que ficou por 12 euros a noite com garagem para as motas e tudo. O dono do hotel, assim que se apercebeu que era Português esboçou um enorme sorriso e depressa disse que tinham casa em Marvão, Portalegre, adorava o nosso país e já sabia umas quantas palavras em português como obrigado, boa noite etc...

As fotos que se seguem são de Carcassonne, França. As duas primeiras do meu tanque de guerra bem acompanhado. Carcassonne... será um local a regressar e se possível com companhia, porque aquilo tem um clima que nem vos digo...


Já dentro das muralhas...









Visto de fora