Considero ser uma pessoa justa, mas também muito injustiçada...
A sensação de injustiça começou desde muito cedo. Havia na terra uma prova de atletismo chamada Primavera Juvenil, onde os putos podiam competir em provas não oficiais, certamente promovidas com o objectivo de cativar os mais novos para a prática do desporto. Embalado por uma franca evolução a nivel físico (barriga de pudim, já era... nesta fase seria outra qualquer matéria gorda lool) decidi entrar na corrida. Percurso de 900 metros. Parece que foi ontem... No dia "D" estava nervoso. Tão nervoso que quando se dá a partida, sou pisado por trás e... tragédia! Salta-me o téni looool Azar do caraças, lembro-me de ficar fora de mim e com a ânsia de fazer bem na prova, decidi num impulso apanhar o teni e correr com ele na mão, num estado de furiosodade total.
Sensivelmente a meio do percurso, isolado em último lugar e com lágrimas no canto do olho, sou surpreendido por um senhor gnr, que fazia acompanhamento da prova, que me intimida a calçar o téni. Respeitador da autoridade, tive de acatar as indicações, mas esse gesto só me fez perder mais tempo e aumentar a minha revolta!
Na parte final da prova, dei o máximo de mim. Calçado mas já com dor de burro, (só me lembro de ter corrido mais, uma vez a fugir de uns ciganitos que queriam uns trocos, à saida da escola. E nem sei porque fugi,porque trocos foi coisa que nunca tive ahahahah) fiz um esforço desumano para acabar a prova com o máximo de dignidade possível e a verdade é que ultrapassei a 2 metros da linha de meta um amigo meu, tendo-me deixado com a sensação de que poderia ter feito muito melhor.
Perguntam vocês, o que é que isto tem a ver com justiças e injustiças... Eu respondo!
Depois daquele esforço sobrenatural dei de caras com outro amigo que tinha sido presenteado com uma medalha!!! Imaginam a minha cara. É que estamos a falar de um individuo que nem correu! Acontece que o avô, fazia parte da organização... sabem como são estas coisas... Fiquei brutalmente revoltado e nunca mais esqueci este episódio. Vivo mal com estas injustiças e sempre que acontecem, lembro-me do téni...