6/25/2009

Férias

Já nem me lembrava de como era gozar 2 semanas de férias seguidas. Parece mentira mas estes últimos anos têm sido vividos um pouco ao acaso, sem planos nem regras. Apenas este ano (2009) me dei ao trabalho de traçar objectivos concretos. A viagem era um deles e sem dúvida o que mais me fascinava. Não sei se vos acontece o mesmo, mas na véspera de fazer estrada, fica uma excitação no corpo que é difícil de explicar. Se não sentem assim, deixem que vos diga que deve ser próprio de quem gosta de conduzir. Sou desses. É das coisas que mais gosto de fazer. Simplesmente conduzir!
Esta viagem foi programada há precisamente 2 anos em Andorra. Foram 16 dias de estrada com 6.500 km somados ao meu tanque de guerra, como gosto de lhe chamar. Juntámos um total de 5 pessoas. Sónia, Nuno, Miguel, Jorge e eu. Fomos os sobreviventes de um grupo maior que tinha vontade de ir. Vou contanto alguns episódios e postar algumas fotos.

Saí de casa dia 6 de Junho, ao encontro do pessoal, na Repsol da 2ª circular ponto de partida de muitas viagens. Pequeno-almoço, breve troca de palavras e sair de Portugal o mais rápido possível, até porque estava um pouco cansado deste nosso cantinho e sem duvida, estas férias fizeram-me muito bem a esse nível.
Partimos em direcção a Évora, para entrar em Espanha por Badajoz. 35 km depois a primeira paragem forçada (La Roca de la Sierra). Do nada e sem aviso prévio partiu-se um rolamento da minha roda da frente, não me deixando sequer andar a baixa velocidade. Sem outra opção e pelas informações recolhidas no local, o melhor seria regressar a Badajoz e procurar uma oficina de motos. Assim fiz à boleia do Miguel e do seu avião Yamaha FJR 1300. Depois de uma atabalhoada busca lá demos com a oficina de um compatriota de nome Ricardo. O Ricardo já está por terras de Espanha há cerca de 20 anos e foi impecável em tudo. Eram quase 13h de sábado e a oficina ia fechar. Para me desenrascar o Ricardo não só confirmou as referências do rolamento em causa (para ver se tinha) como também esperou que fossemos buscar a roda da mota para se fazer a substituição. Para além disto, ainda me emprestou ferramenta e tudo… o maior!!! Os meus sinceros agradecimentos ao Ricardo e ao pessoal, pela ajuda no trato da mota e paciência pela demora, especialmente ao Miguel pela boleia durante 140 km entre idas e voltas. Ficam as fotos…

Os km marcados na hora da partida

Roda da frente no ar

O rolamento que nos fez perder cerca de 3/4 horas


Miguel, Ricardo e eu, na oficina em Badajoz

6/05/2009

Ai Portugal, Portugal...

Precisamente na véspera de partir de férias, directo à civilização, eis que levo comigo uma real recordação do que é o nosso país... Ando desde Abril para instalar serviço clix. Por mais triste que possa parecer, ainda não tenho o serviço instalado. Podem-me dizer que é normal. Eu prefiro não me conformar com esta normalidade dentro da anormalidade corrente.

Assim, segue a reclamação:

Bom dia,
Não me vou dar ao trabalho de explicar a minha reclamação em pormenor, pois com tanta informação que já vos dei, com certeza saberão qual o assunto que se trata!
Nem sei para que se deram ao trabalho de agendar comigo uma visita de um técnico!
Aliás, nem sei por que me dei ao trabalho de ficar em casa à vossa espera!
Tenho pena que o serviço clix, seja apenas mais um na incompetência que reina no mercado!
Telefonei para a linha de apoio e espante-se! O vosso serviço automatizado é tão bom que até tem um número para processos de activação de novos clientes! (Sintoma de rapidez e eficiência) Fantástico, vocês são verdadeiramente inovadores! Até no atendimento me conseguiram surpreender! Depois de 15 minutos à espera a chamada caiu! Que infortúnio tenho!
Bem, até eu próprio me canso de tanta lamúria, mas efectivamente, não tenho outra escolha!
Vamos passar à prática. Vamos agir, resolver os problemas de uma vez só, concordam? Eu pretendo um serviço que vocês têm para vender. Supostamente vocês, Clix, estão vendedores de um serviço que eu quero comprar. Boa! Parece-me que estamos bem encaminhados!
Sendo assim, tenho disponível na minha agenda a manhã do dia 22 de Junho de 2009, para receber os vossos técnicos e instalar o serviço contratado. (Manhã, estou a considerar das 9h às 12h)
Antes desta data, não tenho disponibilidade, depois dela, não tenho interesse em contratar os vossos serviços, pelo que alerto para a importância de se cumprir o sugerido.
Melhores cumprimentos,


6/02/2009

Buzinas, civismo e preconceitos.

Para quem não sabe, sou Motard. Isto é, gosto de me deslocar de mota, por uma série de razões que deixo para um próximo post, se conseguir encontrar as palavras certas…
Como é de senso comum, uma das vantagens de andar de mota é encurtar o tempo de viagem no trânsito. Acontece que existe um grupo de pessoas que não concorda lá muito com essa teoria. Lá terão as suas razões, mas na minha modesta opinião, classificar uma pessoal, pelo meio de transporte que usa para se deslocar é tudo menos correcto. Generalizar é sempre um julgamento errado. Depois de lavar a mota, olear a corrente, afinar o cabo da embraiagem etc… coisas banais que até eu sei fazer loool, faço-me à estrada para ir ter com o Nuno ao Cacém e ultimar os preparativos da viagem aos Alpes. No centro do Cacém e apesar do programa Polis, o trânsito continua caótico, levando à loucura os utentes das estradas. Trânsito parado. Depois de um semáforo a estrada passa de 2 faixas para 1 e eu que me deslocava no meio, contorno um carro quando levo uma buzinadela daquelas que ninguém gosta de ouvir…. (especialmente eu que as odeio. Acho mesmo uma falta de respeito, mas adiante) Ainda com a mota na frente do carro, parei e olhei para o “buzinador” de serviço. Ele começa a esbracejar e a gesticular… Pensei naquela altura que deveria seguir, mas deu-me uma daquelas vontades de conversar, baixei o descanso e dirigi-me ao sr. ... A cara de medo que o homem fez, deu-me logo vontade de rir. Imaginem uma pessoa num carro parado ao sol, sem ar condicionado e aterrorizado, como que a pensar que ia levar uns “sopapos” na cara… perguntei o que tinha feito para merecer tal presente. O sr. estava naquela altura em pânico total. Talvez pelo julgamento antecipado que fez da minha pessoa, apressa-se logo a dizer…
- Eeeeeeeu também sou motrad
Perguntei eu:
Você é o quê!?
- Motrad - responde ele novamente em dúvida.
Não consegui evitar o riso…
Numa clara tentativa se safar a pele alega que também tem mota, como se isso lhe desse o direito de buzinar daquela maneira. Estava em grande stress, visto não estar nada confortável naquela situação. Depressa percebeu que eu não era violento e riposta logo com a seguinte frase:
- Vocês, só porque têm esse fato vestido (casaco de cabedal, leia-se) pensam que podem passar à frente de todos. Neste instante já se distanciava do tal grupo que dizia pertencer. Já não era motrad lol.
A cabeça do sr. parecia crescer a cada instante e tornava-se cada vez mais vermelha. Por esta altura, já espumava da boca (literalmente) e senti que se o pressionasse com argumentos, poderia-lhe causar um enfarte. Como não era essa a minha intenção, apenas respondi que passava à frente de todos não pelo fato que tinha, mas sim porque andava de mota. Depois pedi-lhe para pensar no que tinha feito e segui viagem. Ele continuou "preso" no trânsito...

Sou ingénuo o suficiente para acreditar que se a minha acção não alterar o comportamento desta alma, pelo menos dar-lhe-á um tempo para pensar nisso. Valerá a pena buzinar? Por mim buzino nos casamentos e nos túneis desertos que não incomoda ninguém e sempre alivia a alma ahahahahaha

Cumprimentos