6/02/2009

Buzinas, civismo e preconceitos.

Para quem não sabe, sou Motard. Isto é, gosto de me deslocar de mota, por uma série de razões que deixo para um próximo post, se conseguir encontrar as palavras certas…
Como é de senso comum, uma das vantagens de andar de mota é encurtar o tempo de viagem no trânsito. Acontece que existe um grupo de pessoas que não concorda lá muito com essa teoria. Lá terão as suas razões, mas na minha modesta opinião, classificar uma pessoal, pelo meio de transporte que usa para se deslocar é tudo menos correcto. Generalizar é sempre um julgamento errado. Depois de lavar a mota, olear a corrente, afinar o cabo da embraiagem etc… coisas banais que até eu sei fazer loool, faço-me à estrada para ir ter com o Nuno ao Cacém e ultimar os preparativos da viagem aos Alpes. No centro do Cacém e apesar do programa Polis, o trânsito continua caótico, levando à loucura os utentes das estradas. Trânsito parado. Depois de um semáforo a estrada passa de 2 faixas para 1 e eu que me deslocava no meio, contorno um carro quando levo uma buzinadela daquelas que ninguém gosta de ouvir…. (especialmente eu que as odeio. Acho mesmo uma falta de respeito, mas adiante) Ainda com a mota na frente do carro, parei e olhei para o “buzinador” de serviço. Ele começa a esbracejar e a gesticular… Pensei naquela altura que deveria seguir, mas deu-me uma daquelas vontades de conversar, baixei o descanso e dirigi-me ao sr. ... A cara de medo que o homem fez, deu-me logo vontade de rir. Imaginem uma pessoa num carro parado ao sol, sem ar condicionado e aterrorizado, como que a pensar que ia levar uns “sopapos” na cara… perguntei o que tinha feito para merecer tal presente. O sr. estava naquela altura em pânico total. Talvez pelo julgamento antecipado que fez da minha pessoa, apressa-se logo a dizer…
- Eeeeeeeu também sou motrad
Perguntei eu:
Você é o quê!?
- Motrad - responde ele novamente em dúvida.
Não consegui evitar o riso…
Numa clara tentativa se safar a pele alega que também tem mota, como se isso lhe desse o direito de buzinar daquela maneira. Estava em grande stress, visto não estar nada confortável naquela situação. Depressa percebeu que eu não era violento e riposta logo com a seguinte frase:
- Vocês, só porque têm esse fato vestido (casaco de cabedal, leia-se) pensam que podem passar à frente de todos. Neste instante já se distanciava do tal grupo que dizia pertencer. Já não era motrad lol.
A cabeça do sr. parecia crescer a cada instante e tornava-se cada vez mais vermelha. Por esta altura, já espumava da boca (literalmente) e senti que se o pressionasse com argumentos, poderia-lhe causar um enfarte. Como não era essa a minha intenção, apenas respondi que passava à frente de todos não pelo fato que tinha, mas sim porque andava de mota. Depois pedi-lhe para pensar no que tinha feito e segui viagem. Ele continuou "preso" no trânsito...

Sou ingénuo o suficiente para acreditar que se a minha acção não alterar o comportamento desta alma, pelo menos dar-lhe-á um tempo para pensar nisso. Valerá a pena buzinar? Por mim buzino nos casamentos e nos túneis desertos que não incomoda ninguém e sempre alivia a alma ahahahahaha

Cumprimentos

2 comentários:

  1. BRUTAL!!!
    Faltaram uns sopapos... mas isso sou eu que digo, e não gosto de violência!! AHAH!!!

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  2. Quando tenho estas atitudes, (um dia lixo-me...) a intenção é apenas de alertar as pessoas para o ridículo da situação. Senão reparem. De que vale a buzina naquela situação!? Não faz andar o trânsito, não faz desaparecer os carros e definitivamente não tem o condão de teletransportar o homem para o destino, logo...
    Quanto à minha pessoa, quando sou chamado à razão, no mínimo penso nisso e é com a esperança que os outros façam o mesmo que ajo desta forma :p

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