Para mim foi a melhor de sempre. Sim, é verdade que foi menos gente. Sim é verdade que na ilha de Faro a Polícia fechou o cerco. Sim é verdade que fora do recinto não se passa nada. Mas também é verdade que o espírito Motard esteve presente e de uma maneira soberba!
Foram cerca de 23.000 almas durante o fim de semana. Quando comparado com os números de anos anteriores parece que deixa um pouco a desejar, mas a evolução tem sido bem positiva. A organização do evento é do melhor que se pode pedir. Tem aspectos menos positivos, claro, mas na globalidade é uma referência.
A concentração está diferente, menos adrenalina e mais convívio. Nos primeiros anos que fui, a "loucura" já estava em queda acentuada. Mesmo assim presenciei quer na ilha, quer na cidade, momentos únicos de boa disposição e também algumas manobras perigosas. Em 2001 (ano da minha primeira concentração) o centro de Faro respirava o espírito motard. As pessoas vinham para a rua ver, aplaudir e divertir-se com as motas e as figuras do pessoal que já fazia daquilo um pequeno concurso de criatividade. Cheguei a ver fazer pipocas na ponteira de uma mota ... hilariante. A presença das autoridades era moderada, bem disposta e suficiente. Controlavam o trânsito e cediam passagem aos peões nas passadeiras, acabando quase sempre por dar origem a momentos de boa disposição com rateres e gazadas quando o sr. polícia desviava o olhar, num jogo de gato e rato que fazia as delícias da população. Todos remavam para o mesmo lado. O comércio vivia noites memoráveis de receita. Não sei por que carga de água, alguém decidiu "matar" a concentração nestes moldes. Desde então que o pessoal tem sido convidado a não sair do recinto pelas autoridades. O mesmo se passou na ilha. Era qualquer coisa de único! Esperar cerca de 40 minutos (de mota) para entrar na ilha diz muito da quantidade de motas que lá andavam. Lembro-me de pela primeira vez disparar a ventoinha da hornet e sentir o bafo de ar a queimar as pernas. Era um calor insuportável. Passar a ponte era sinónimo de subida dos níveis de adrenalina. Não encontro palavras que descrevam a loucura que aquilo era. Perigoso, sem dúvida, mas toda a gente que lá vai, sabe ao que está sujeita. O ambiente era denso a borracha queimada ahahahaahha. A carga policial e o comportamento das autoridades, fez com que tudo se alterasse e este ano nem para amostra serviu. Foi realmente muito fraco a esse nível.
Não pensem que sou a favor ou contra estas mudanças, apenas comento a evolução que houve. Teve muito ponto positivo, como a chamada de responsabilidade que foi necessária fazer aos motociclistas que muitas das vezes se excedem, é verdade, assim como o aumento da fiscalização de documentação das motas. Elevo este ponto como o mais positivo. Relatos antigos colocavam muitas motas roubadas em Faro durante as concentrações e isso hoje já não acontece. Quer se queira, quer não, no geral foi positivo. Perdeu o comércio, perdeu a cidade de Faro, perdeu o Algarve. Não está melhor, não está pior... está apenas diferente.
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